Quem não fica estressado vendo atualm ente o noticiário na TV? Tem como ter “sangue frio” e não se preocupar quando os boletos começam a acumular?
Só de pensar, o coração já acelera, a cabeça “fica meio oca”, respiração fica ofegante e se, preocupados com esses sintomas, medimos nossa pressão e ... ela está alta. E agora ,tenho tensão (pura ansiedade e estresse) ou pressão alta?
Essa situação é muito frequente no consultório do cardiologista, quando a pessoa , vivenciando uma situação de estresse, com todas as suas manifestações e sintomas, procura ajuda por encontrar sua pressão elevada.
E se você já passou por quadro desse, percebeu que a primeira conduta de seu médico foi de te tranquilizar, buscan do te deixar mais calmo, muitas das vezes dando orientações anti-estresse e não introduzindo ou aumentando remédios para abaixar a pressão.
O estresse é uma resposta fisiológica à situações que fogem do previsto. Trata-se de uma reação natural, que existe desde os primórdios de nossa existência e até fundamental para nossa sobrevivência e perpetuação de nossa espécie. Imagina o homem das cavernas encontrando com seu inimigo ou predador de forma inesperada. Ele precisou muito do estresse para aumentar sua pressão, sua frequência cardíaca, para acelerar seu raciocínio e dar energia extra para fugir ou lutar e assim permanecer vivo.
Sempre que o cérebro interpreta algo como perigo, ele nos prepara para os comportamentos de luta ou fuga, e isso acontece até hoje no homem moderno.
Diante dessa ordem cerebral, o corpo começa a liberar maiores quantidades de hormônios, como adrenalina e cortisol, inicialmente com efeito benéfico, deixando-nos em estado de ALERTA frente a algo que te tirou da zona de segurança.
Isso vai acontecer tanto frente a eventos negativos, como quando perdemos um ente querido, frente uma traição, uma perda financeira, mas também frente a eventos positivos, como a dor de barriga quando encontramos nossa paixão de infância, em uma entrevista de emprego, num atleta antes de um jogo, e é o estresse que nesses momentos, é até impulsionador para a vitória e conquistas.
Mas é muito importante voltar a um estado de repouso e de tranquilidade depois, pois essas substâncias podem ter efeitos maléficos no organismo se você permanecer no estado de estresse por tempo prolongado.
Se o evento estressor persistir — seja no contexto real, seja na sua mente em forma de preocupações — você passa para um nível mais alto de estresse: a fase de resistência. Nesse estágio, as alterações pressóricas, cardíacas e metabólicas (elevação da glicose por exemplo) se cronificam e poderão desenvolver problemas cardiovasculares como um acidente vascular encefálico (derrame) ou um infarto agudo do miocárdio.
Além do acompanhamento médico regular, existem formas simples de diminuir os efeitos do estresse na pressão alta. Veja algumas mudanças de estilo de vida que podem melhorar a sua saúde!
1. Faça atividades físicas.
2. Experimente técnicas de relaxamento, como meditação, yoga.
3. Cuide da saúde emocional - a psicoterapia surge como uma alternativa aliada para aumentar o autoconhecimento, o autocontrole e a inteligência emocional.
4. Reserve tempo para lazer e descanso.
Caracteristicamente, quando a pressão se eleva por estresse ou ansiedade, ela apresenta as seguintes caracteristicas:
1. Grande variabilidade de valores em curto espaço de tempo.
2. Elevação predominante da pressão máxima (sistólica) em detrimento a pouca ou nenhuma elevação da mínima (diastólica).
Mas é claro que somente seu médico é capaz de avaliar o porque da atual elevação de sua pressão arterial e tomar a melhor conduta para você.
Dra. Fernanda Keller Gomes Tenchini – CRM-MG 38371