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Tive um Desmaio, Será Doença do Coração?

Atualizado: 6 de mai. de 2023



A ocorrência de desmaios assusta muito, tanto para quem desmaia, quanto para quem assiste, principalmente por medo da associação a um evento de morte súbita.

Felizmente a maioria dos eventos são benignos, mas reconhecer os fatores que vão direcionar para problemas mais sérios é muito importante!

Vamos aqui mais precisamente, descrever as características de um tipo de desmaio chamado de síncope, que na grande maioria das vezes tem origem cardiovascular.


A síncope se caracteriza pela perda súbita de consciência e rápida recuperação, com duração de segundos. Quando o tempo de perda de consciência dura minutos, não é uma síncope e dizemos de forma mais geral que é um desmaio e a causa provavelmente não será cardiovascular/cardiológica.


O paciente pode ter um aviso prévio, de que a perda de consciência vai ocorrer, como a sensação de mal estar, náuseas, tontura, turvação visual (teto preto), ou pode não ter aviso nenhum, tendo uma característica de liga/desliga , perdendo a consciência e retornando ao normal como um aparelho eletrônico quando acionado o botão liga e desliga.


Como disse previamente, normalmente a causa da síncope é cardiovascular, podendo também ser de origem neurológica, mas será bem mais rara essa causa.


A causa mais comum é felizmente benigna e chamamos de síncope vasovagal. Acontece predominantemente em paciente com coração normal, em todas faixas de idade e é representada por uma dificuldade súbita de manter a pressão arterial (pressão cai muito) e consequentemente a circulação cerebral (por isso perde a consciência) frente a alguns estímulos, como mudança brusca de posição, muito tempo em pé (típico desmaio da noiva/madrinha em um casamento), ambiente muito quente, dor intensa, ou simplesmente ao ver sangue.


Outras causas de síncope são doenças cardíacas como arritmias, isquemia (equivalente de Infarto ou angina) e doenças de valvas do coração.


Quando associadas à doenças do coração preocupa muito e condutas mais efetivas deverão ser implementadas, pelo risco de morte súbita.


Então nossa primeira conduta frente a um paciente com síncope é avaliar se ele tem coração normal ou não.


Essa avaliação vai ser feita através da história da sincope, a história do paciente, se seu exame físico é normal ou tem sinais de doença do coração e provavelmente nossas hipóteses serão complementadas por exames complementares, como o eletrocardiograma, o ecocardiograma, o holter e o teste ergométrico.

Exame complementar clássico para avaliar a causa vaso vagal consiste no TILT TEST, exame não invasivo que tenta reproduzir a sincope em uma mudança mais ou menos súbita de posição (deitado para em pé) com paciente monitorado.


Importância devemos dar aos pacientes com profissões de risco, como os trabalhadores de construção civil (altura), pilotos de avião, motoristas. Esses pacientes mesmo sendo portadores de sincopes benignas tem que ser acompanhados de perto ou até mesmo serem encorajados a mudar de profissão pelo risco de morrerem/colocarem outros em risco ao sincoparem em sua atividade laboral.


E tratamento? Com certeza vai depender da causa da síncope.

Na síncope vaso vagal o tratamento mais efetivo é comportamental, com aumento da hidratação, uso de meias de compressão elástica, exercícios físicos, exercícios para modular a resposta vagal (TILT training), evitar situações que desencadeiam a sincope.


Nas causas cardiológicas, o objetivo será sua correção e o tratamento vai ser amplo, com uso de medicações, implante de marca-passo, ablação, angioplastia e até casos cirúrgicos.



Dra. Fernanda Keller Gomes Tenchini (CRM-MG 38371).





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